Visita inesperada

Texto por Caldeira Silva

Quando eu era adolescente gostava de ir à casa dos meus colegas sem avisar. Não ligava e não falava nada... Quando eles menos esperavam, eu chegava, e a satisfação era total. Hoje ficou mais difícil para fazer isso. Os colegas mudaram, se casaram, estão trabalhando etc. São tantas correrias, tantos compromissos, que acabaram ficando individualistas. Apesar de o sistema nos colocar numa rotina programada, onde temos que ter hora pra tudo, eu não abandonei as velhas praticas.

Em janeiro, com o ano de 2010 ainda engatinhando, me lembrei dos bons e velhos tempos, comecei a conhecer uma mulher na cidade vizinha e hoje a gente já tem uma boa frequência... Sempre que bate aquela vontade de conversar olhando nos olhos, eu vou à cidade dela sem ligar e nem nada. E chego fazendo aquela visita inesperada.

Visita assim pode ser inconveniente, invasiva e pode não agradar, mas acredito que é uma pequena atitude que nos permite avaliar o grau de satisfação e liberdade que a pessoa tem com a gente, assim verificamos se fazemos parte da vida de quem diz que é nosso amigo.

Foto: Caldeira Silva "Eu" Por Diego Caldeira