sábado, 24 de outubro de 2009

Liberdade relativa



Liberdade relativa


Por: Caldeira Silva

“o que o homem perde pelo contrato social é a sua liberdade natural” (Rousseau)

Tão paradoxal é tentar conceituar a expressão “Liberdade”. É difícil e complicado, foge do senso comum... Falar em liberdade numa realidade cheia de grilhões institucionais que põe os indivíduos moldados nos conformes de seus elaboradores, não é tão simples assim.

Você pode até bater no peito e falar: “Eu sou liberto!”

Mas se você parar pra pensar... Verá que sua liberdade é relativa, e bem relativa!

Meu irmão, se você ainda não caiu na real, pense no contrato social que firmamos para elegermos nossos representantes. E não é o único contrato, não, é só um exemplo.

Reflita: “você tira seu título de eleitor e no dia da eleição você enfrenta uma enorme fila;  quando não está em sua cidade você tem que justificar.”

Refletiu?

Pois é, tudo isso é para colocarmos Eles (nossos representantes) lá. E o quê eles fazem, além da falta de transparência nas ações realizadas nos três níveis?

Bom, (sem generalizar) eles inventam outros tributos e condutas. E a canalização das arrecadações? Ah, aí só Deus sabe. Putz! Parece que a democracia ainda macha com os toques militares. É difícil tentar imaginar, pois temos uma enorme aceitação dos contratos sociais, preferências pelas desigualdades e imposições morais. Isso ratifica em nosso cotidiano com expressões do tipo: “Com quem você acha que tá falando?” É só um exemplo...

Somos forçados a condutas de guinches, que a gente nunca vai entender... E ainda tem aqueles que dizem: “Você tem que votar, é um exercício de cidadania”. Também os que falam: “Ah, mas não tem como mudar a forma de eleição, é cultural”.

Como “não pode mudar”, se cultura é criada, copiada, transformada e deletada?

Com base na transformação cultural, eu coloco a cara na janela gritando e defendendo o voto facultativo, pois, com ele, teríamos um pouco da liberdade natural. Já que a cultura pode ser transformada, podemos usar o “pilar social”, que é representado pela família, igreja e a escola. Essas instituições são ferramentas de constituição do sujeito, e com elas é possível mudar a cultura eleitoral. Ao concluir este texto idiota, fui preso pela dúvida: Estou com inveja dos nossos semelhantes que nos sabotam licitamente? Ou estou querendo transformar liberdade em libertinagem?

Caldeira Silva

Referência da foto
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Pessoas enfrentando filas. Disponível em: g1.globo.com/.../foto/0,,12476938,00.jpg  Acesso em: 24 de outubro de 2009.

sábado, 17 de outubro de 2009

Amizade virtual


                         
               Amizade virtual

O amigo é um elemento importante para a construção de bons momentos. Não falo aqui dos amigos presenciais que podemos abraçar e trocar carícias. Se bem que eu queria, mas venho falar da amizade virtual como condição de encanto e estima tão crescente nos dias de hoje.

Essa forma de relacionamento está em alta e continua subindo em um ritmo quase religioso, semelhante aos crentes frenéticos. Tomou parte da memória de multidões e, por meio da máquina (o computador), inserem crendices e valores numa relação paralela. E nessa relação muitos seguem cativando perfis virtuais e exaltando características expressas por indivíduo que está (ou esteve) do outro lado da rede. Ultimamente, a amizade virtual ganhou o imaginário, os encantos e o lúdico. Talvez seja por isso que passamos horas diante do computador. Ou não?!

Você deve está se perguntando por que eu gastaria meu corrido tempo falando essas besteiras. Bom, ter amigos remotos é muito bom... Mas acredito que gastamos muito tempo cultuando perfis virtuais e deixamos de fazer amizades reais e, com isso perdemos algumas práticas como, por exemplo, assistir uma comédia romântica com alguém especial coberto pelo edredom em um dia frio. Esquecemos de abraçar nossos pais. Deixamos de tomar sorvete olhando “olho no olho”. Essas coisas cafonas (mas que vitais para a confiança, afeto e porque não dizer para o amor), estão deixando de ser praticadas com o surgimento de novos hábitos. Ah, mas eu pareço um doido pedante falando isso!

Mas vamos concordar e acordar...

“Antes de máquinas, precisamos de afeição e doçura, mais que acúmulo de informação, carecemos de amor”.
A carência é tanta que Homens e Mulheres que estudaram e adquiriram bens, constantemente, se dizem só, e levam a vida procurando o amor em fetiches. Esses e outros fatos estão aí comprovando a teoria.
Mas o que tem de errado em buscar o amor nos artifícios, no mundo paralelo? Nada, não tem nada! Só quero que reflita:

“Ter amigos virtuais para trocar idéias, fazer intercâmbio cultural, receber lisonjas e lindos recados é bom, muito bom”. Mas...
...E quando um deles convida para almoçar ou se encontrar no shop?

-Ah, aí não dá, eu tenho medo, é tantos assaltos, sequestros!

E se o amigo convida para um simpósio acadêmico?


-Nossa, não vai dá!


E se o amigo convidar de novo, o “balde de água fria” é mais ou menos assim:


-“Gosto de vc, mas tenho medo de descortinar”. (não seria melhor dizer: gosto do seu perfil virtual????)


Se tem medo de descortinar, porque que enche o “saco” da pessoa com recadinhos doces?


Será os sites de relacionamentos um alojamento de solitários medrosos? Ou eu estou pirado de vez?!!
Seja o que for, os costumes estão mudando, e as práticas agradáveis estão naufragando no desuso. Que você pense nisso, que o mundo mude e que eu me acalme, pois estou carente. Gostou ou não gostou, comente!
Caldeira Silva

Referências
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pintores de sonhos



O escritor desenha nos papéis, o gosto pela vida, o amargo da solidão, o dissabor da traição... E no papiro do tempo, ele estampa as loucuras do amor, a sina da dor, as incertezas do amanhã. Porque os escritores são pintores de sonhos.


Caldeira Silva


Referências
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Imagem da internet. Disponível em: http://www.zaroio.com.br/br/imagem/35254/quadro_homem_pintando_mulher_sem_rosto/  Acesso em: 09/ 10/ 2009.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Beijos salgados






Tá aí um pensamento simples. Alguém pode ser contra, porque não está escrito segundo a norma culta convencional. Mas que rompa a norma (ou foda- se, como preferir), porque esse pensamento tem história.

- Beijos Salgados -

Por trás deles existem atores principais, um casal de namorados, e com eles a tal história:

“Sem dois seres humanos apaixonados, não existe Beijos salgados”.

Esses protagonistas têm uma missão, uma questão pra resolver, algo que exige preparo. Eles precisam viver os movimentos e sair deslizando em direção ao... SEXO... Porque Beijos salgados sem fazer amor não são Beijos salgados. E não é só isso, os movimentos precisam ser extensos e prazerosos, algo inédito, sempre puxando o limite pessoal. O ápice da história dura pouco, alguns minutos, mas antes, muitas coisas aconteceram. O primeiro encontro, o primeiro olhar, o preparo para o equilíbrio físico e mental. O final da ação tem emoção, felicidade, sentimento de vitória seguido de alívio e vontade de continuar...

A cada dia, os beijos dos atores ficam mais sob seus controles e, pode ter certeza, controle é a palavra chave na trama. Depois de muito controle, ou melhor, atração, aí vem à decisão: "Vou te beijar novamente" e, então, acontece... Uma das coisas que diferencia o ser humano dos outros animais, além do polegar opositor (entre outras pequenas coisas), é a capacidade de fazer autoanálise:

Será que foi bom? Será que posso fazer melhor?

Sempre essas questões estão presentes. Mas a consequência de tudo, é que os melhores beijos virão.

Caldeira Silva*

Referências
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Imagem da internet. Disponível em:    https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimZ6IJb0Q4Abm4jousy-S_UcFZ0ZRi2kQudNJ9TWaCEru5dnU4rOGPbtkzNCghDUTtGDA5O1GnS6TkapNkIAtggU3DZD0VVLxw5qYPEjxxcOY_vFK9mVEbbNJF7wPzTR9s4MrpA3XbDQ/s400/casal+beijando.jpg  Acesso em: 30 set. 2009.